quarta-feira, julho 21, 2010

Mapa pode resolver mistério do carbono




Um mapa inédito da altura das florestas no planeta deve ajudar cientistas a entender para onde vai o carbono que, aparentemente, “desaparece” nas contas de emissão e absorção


Além disso, os dados coletados dão informações sobre as características das florestas que podem ajudar também a controlar incêndios e entender o ecossistema.


Com os satélites Terra e Aqua, da Nasa, a equipe liderada por Michael Lefsky, da Universidade Estadual do Colorado, está construindo um inventário de quanto carbono as florestas guardam – um estudo da biomassa existente acima da superfície.


O mapa pretende estimar a quantidade de carbono presa nas florestas para responder à pergunta: o que acontece com os dois bilhões de toneladas “desaparecidas” de carbono a cada ano?


Estima-se que os seres humanos liberam sete bilhões de toneladas de carbono todos os anos, a maior parte na forma de CO2. Desse total, três bilhões acabam na atmosfera e dois bilhões nos oceanos. Mas ainda é incerto o que acontece com os outros dois bilhões. Cientistas suspeitam que as florestas os capturam e armazenam grande parte dele como biomassa durante a fotossíntese.


A primeira versão do mapa, ainda considerada um rascunho, mediu 2,4% da superfície de florestas da Terra. Os satélites enviam pulsos de laser e observam quanto tempo leva para eles retornarem, comparando as medidas de retorno do solo e das copas das árvores.


Foram mais de 250 milhões de pulsos coletados durantes sete anos que, combinados com dados do Moderate Resolution Imaging Spectroradiometer (MODIS), ouro instrumento a bordo dos satélites, permitiram a criação do mapa. As análises mediram a média de altura a cada 5 km2 de vegetação.


O resultado mostra aglomerados de florestas altas na nordeste pacífico da América do Norte e partes do sudeste da Ásia. Florestas mais baixas estão espalhadas no Canadá e Eurásia. As florestas coníferas temperadas, muito úmidas e com árvores grandes como sequóias chegam a copas de 40 metros. Em contraste, florestas boreais têm árvores de 20 metros. Florestas tropicais chegam a 25 metros, a mesma altura achada em áreas temperadas comuns na Europa e Estados Unidos.


Quando ficar pronto, o inventário completo da biomassa pode ajudar na construção de modelos climáticos e guiar novas políticas para minimizar o impacto humano. Já as alturas das copas podem ser usadas em modelos que ajudem a prever como incêndios se espalham, por exemplo, ou usadas para entender a adaptação de espécies e ambientes.

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